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As ações das principais companhias aéreas listadas do país registraram desempenhos distintos na sessão desta quarta-feira (21).
Os papéis da Gol (GOLL4) dispararam 35,29%, cotados a R$ 1,38, após a empresa prever que sairá do processo de recuperação judicial nos EUA, conhecido como Chapter 11, em junho. Na véspera, os papéis já haviam disparado.
Por outro lado, as ações da Azul (AZUL4) recuaram 5,56%, negociadas a R$ 1,02, com rumores de entrada de um Chapter 11 em breve. Na véspera, a S&P rebaixou o rating de crédito da companhia de “CCC+” para “CCC-”, citando o aumento do risco de inadimplência.
A Gol (GOLL4) afirmou que o juiz da recuperação judicial da companhia nos Estados Unidos aprovou o plano de reestruturação da empresa em audiência realizada na terça-feira (20).
De acordo com a comunicado, a Gol deixará o processo de recuperação com cerca de US$ 900 milhões em liquidez e alavancagem financeira de 5,4 vezes, que deve se reduzir a 2,7 vezes ao final de 2027. No primeiro trimestre, a alavancagem recorrente foi de 5,8 vezes dívida líquida sobre Ebitda.
Após a aprovação do plano, a Gol agora tem que conseguir sinal verde de assembleia de acionistas para um aumento de capital bilionário. A operação, aprovada no início do mês pelo conselho de administração, envolve entre R$5,34 bilhões e R$19,25 bilhões, uma das maiores do tipo já realizadas no país.
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De acordo com analistas do BTG Pactual, a aprovação do tribunal reduz significativamente a incerteza quanto à reestruturação financeira e aumenta a flexibilidade estratégica da empresa no futuro.
Na véspera, a Gol informou que o juiz da recuperação judicial da companhia nos EUA aprovou plano de reestruturação da empresa e que deixará o processo de recuperação com cerca de US$900 milhões em liquidez e alavancagem financeira de 5,4 vezes, que deve se reduzir a 2,9 vezes ao final de 2027.
A equipe do BTG acrescentou que, embora o aumento de capital planejado leve a uma diluição significativa, a redefinição do balanço patrimonial apoia a sustentabilidade no longo prazo. “Os investidores devem agora se concentrar na capacidade de execução da Gol, especialmente na restauração da consistência operacional e na geração de fluxo de caixa. Eles também devem estar atentos a quaisquer novos desenvolvimentos em relação a uma potencial parceria com a Azul”, acrescentou.
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Já os papéis da Azul vêm enfrentando forte volatilidade na Bolsa nos últimos meses — e hoje não foi diferente. As ações recuaram com força após a S&P rebaixar a nota de crédito da companhia e com rumores de entrada próxima no Chapter 11. “O rebaixamento reflete nossa avaliação de que a liquidez muito apertada da Azul aumenta o risco de inadimplência nos próximos meses”, destacou a agência.
Embora os vencimentos da dívida da Azul não sejam particularmente elevados — totalizando cerca de R$ 730 milhões nos próximos 12 meses —, as obrigações da companhia relacionadas a pagamentos de arrendamento operacional, despesas com juros, capital de giro e investimentos em capital (capex) são consideráveis.
Vale lembrar que as ações da Azul já haviam caído mais de 16,08% na última quarta-feira, após a companhia encerrar o primeiro trimestre com um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,82 bilhão, 5,66 vezes acima do resultado negativo de R$ 324 milhões apurado um ano antes.
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A companhia segue, até o momento, como a única aérea em operação no país que não precisou recorrer à recuperação judicial para reestruturar suas finanças. No entanto, especulações sobre essa possibilidade começam a ganhar força no mercado.
De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, com a piora da situação financeira da Azul, a possibilidade de entrar em recuperação judicial nos Estados Unidos, pelo mecanismo do Chapter 11, voltou a ser uma das opções consideradas pela companhia e seus credores. A Azul terminou março com uma alavancagem financeira de 5,2 vezes ante 3,7 vezes um ano antes.
Mais tarde, a Bloomberg apontou que a aérea pode fazer um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, ou Chapter 11, “já na próxima semana” e discute com credores um financiamento de cerca de US$ 600 milhões para apoiar a empresa durante o processo.
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(com Reuters)