CEO da Nvidia visita China após veto dos EUA e tenta manter negócios no país, diz FT

Após proibição do chip H20, Jensen Huang se reúne com autoridades e empresas na China para manter presença no mercado local

Paulo Barros

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, faz a palestra principal na Conferência de Tecnologia de GPU da Nvidia no SAP Center em San Jose, Califórnia, EUA, em 18 de março de 2025. REUTERS/Brittany Hosea-Small/Foto de arquivo
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, faz a palestra principal na Conferência de Tecnologia de GPU da Nvidia no SAP Center em San Jose, Califórnia, EUA, em 18 de março de 2025. REUTERS/Brittany Hosea-Small/Foto de arquivo

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O CEO da Nvidia, Jensen Huang, esteve em Pequim nesta quinta-feira (17) para reuniões com autoridades e clientes chineses, dias após os Estados Unidos ampliarem as restrições à venda de chips da empresa no país asiático. A visita ocorre após a Nvidia estimar um impacto de US$ 5,5 bilhões em seus resultados devido à proibição da exportação do chip H20 para a China, notícia que derrubou ações da empresa em 7% na véspera, e ajudou a levar o índice Nasdaq à queda de mais de 3%.

Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, Huang se reuniu com o vice-premiê chinês, He Lifeng, e com o fundador da startup de inteligência artificial DeepSeek, Liang Wenfeng. A pauta incluiu a possibilidade de desenvolver um novo chip que atenda simultaneamente às exigências regulatórias dos EUA e da China.

Em declaração à emissora estatal CCTV, Huang afirmou que a China é “um mercado muito importante para a Nvidia” e que espera “continuar cooperando” com o país. A visita foi organizada após o governo chinês aprovar um pedido de reunião feito pela Nvidia no início da semana, afirmou o FT.

O H20, desenvolvido especificamente para contornar os controles de exportação da era Biden, foi incluído em uma nova rodada de restrições imposta pela administração Trump, que exige licença especial para sua venda ao mercado chinês. Com isso, o produto, responsável por boa parte das vendas da empresa no país, foi suspenso.

A Nvidia teve US$ 17 bilhões em receitas na China no ano passado. Mesmo antes da nova restrição, o ambiente de negócios já enfrentava desafios: o governo chinês tem pressionado empresas locais a adotar chips da Huawei, como o modelo Ascend, apesar das dificuldades de desempenho enfrentadas por esses produtos.

Durante a visita, Huang também discutiu como atender à crescente demanda por IA generativa na China, área em que a DeepSeek vem ganhando destaque. Em janeiro, a empresa chinesa apresentou um modelo competitivo com soluções dos EUA, mas treinado com custo significativamente menor, o que gerou questionamentos no Congresso americano sobre o acesso da empresa a chips restritos.

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Paulo Barros

Editor de Hard News e correspondente internacional baseado em Lisboa

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