Deputado pede impeachment de Lula por escândalo do INSS; irmão do presidente é alvo

Evair Vieira de Melo (PP) acusa Lula de omissão em esquema de descontos ilegais no Sindnapi

Marina Verenicz

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, em Brasília
30/01/2025
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, em Brasília 30/01/2025 REUTERS/Adriano Machado

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O deputado da oposição Evair Vieira de Melo (PP) protocolou nesta quarta-feira (7) um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando omissão diante de irregularidades no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).

O sindicato, envolvido em um esquema de descontos ilegais investigado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), é presidido por José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula.

O documento argumenta que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou um aumento expressivo de R$ 100 milhões no faturamento do Sindnapi entre 2021 e 2023. O crescimento estaria diretamente ligado a descontos aplicados de forma irregular na folha de pagamento dos associados.

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Segundo o pedido, o número de filiados da entidade saltou de aproximadamente 170 mil, mantidos até 2020, para cerca de 420 mil em 2023 — período descrito como o auge da “farra dos descontos”, quando aposentados e pensionistas teriam sido cobrados sem autorização formal.

O deputado sustenta que a CGU identificou práticas de “associação compulsória e venda casada de serviços financeiros” na entidade administrada por Frei Chico. Além disso, o pedido aponta que o irmão de Lula exerce o cargo de vice-presidente do Sindnapi, o que, segundo o texto, caracteriza um possível conflito de interesses e compromete a probidade administrativa do presidente.

Vieira de Melo solicita não apenas a abertura do processo de impeachment, mas também o afastamento preventivo de Lula, o envio do caso ao Senado para julgamento e a suspensão dos direitos políticos do presidente por oito anos em caso de condenação. O documento já foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que decidirá os próximos passos.

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