A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por um placar de 5 votos a 0, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete outros aliados pela suposta trama golpista que visava desestabilizar a democracia. Além de Bolsonaro, os acusados incluem Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.
A denúncia também inclui outros 33 denunciados, mas, para facilitar a análise das condutas, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dividiu a acusação em cinco núcleos. O grupo, que engloba o ex-presidente, foi o primeiro a ser analisado pelo STF.

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O recebimento da denúncia pela Corte é uma etapa preliminar, na qual os ministros entenderam que havia evidências suficientes para avançar com a ação penal. Agora, com a denúncia aceita, o processo segue para a fase de instrução, onde ocorrerão depoimentos de réus e testemunhas, além de outras diligências para esclarecer os fatos e reunir provas adicionais.
Após essa fase, será a vez da produção de provas, tanto por parte da acusação quanto da defesa, e poderão ser ouvidas mais testemunhas. Em seguida, os ministros decidirão se os réus serão condenados ou absolvidos.

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A expectativa é que uma sentença seja proferida ainda em 2025, visando concluir o caso antes das eleições de 2026, evitando que o processo interfira no calendário eleitoral. Caso os réus não aceitem a sentença, poderão recorrer, o que poderá prolongar o andamento do caso. No entanto, a previsão é que o julgamento final ocorra até o final de 2025, conforme as expectativas do STF.